HoopYogini: Yoga com Bambolê

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bambole
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. (por PitilaHossmann)

A associação entre Yoga e Bambolê pode parecer estranha e até inadequada para algumas pessoas. Já estou acostumada: quando digo que dou aulas de HoopYoginiTM  – Yoga com bambolê – a reação geralmente é um sorriso: uma mistura de curiosidade, incredulidade e espanto. Eu entendo, o bambolê está fortemente associado a brincadeira de criança.

Jocelyn Gordon, a criadora da técnica explica: HoopYogini é a integração da Dança com Bambolê, Hatha Yoga e Meditação Mindfulness que encoraja os praticantes a trabalharem o corpo e a mente. Para entender essa fusão, é preciso conhecer duas fases e características distintas do uso do Arco (ou Bambolê) na História:

O Arco como representação de um símbolo sagrado:

O arco (ou o bambolê) é uma representação do círculo. E o círculo está presente em diversas culturas, tradições e religiões há milhares de anos como símbolo sagrado. O círculo representa união e igualdade, os ciclos da natureza, os ciclos da vida humana. Além de desenhos de círculos, das danças circulares e rodas cerimoniais, das representações artístico-religiosas, há registros de uso de arcos como objeto físico mesmo.  O ancestral do bambolê era usado em diferentes rituais religiosos.

O uso do Arco em brincadeiras e Jogos – o Bambolê:

Estudiosos afirmam que crianças egípcias giravam arcos na cintura, feitos de ramos de parreira seca e desenhos egípcios datados em 2.000 anos antes de Cristo mostram um jogo de rolar o arco no chão, com o auxílio de um bastão com um gancho na ponta.

Gregos e Romanos tinham um jogo parecido, com arcos bem maiores, que chegavam à altura do tórax dos homens. A prática é citada na Arte Poética, de Horácio, verso 379. Rolar o arco no chão persistiu ao longo dos séculos com registros em outras partes do mundo, como na África Central, Nova Guiné e entre indígenas norte-americanos. Embora muitas dessas sociedades associavam o jogo a cerimônias religiosas, para gregos e romanos, por exemplo,  as finalidades condicionamento físico e esporte eram claras.

Como estamos em ano de Olimpíada, lembramos que ele também está presente na Ginástica Rítmica: O Arco é um dos instrumentos dessa modalidade esportiva e artística cuja utilização tem registros desde os anos 40, na Alemanha e Rússia.

O Bambolê como conhecemos hoje (de plástico) surgiu na década de 1950 e desde então sempre esteve presente como brincadeira de criança e no circo.  Entre idas e voltas na “moda” o bambolê se mantém presente desde então.

A “onda” mais recente do Bambolê teve início no fim dos anos 90, nos Estados Unidos, quando em shows e festas eletrônicas as pessoas começaram a usar bambolês enormes para dançar. O sucesso foi imediato e a “moda” se espalhou rápido, alcançando todos os estilos de músicas e festas, formando comunidades de bambolistas (hoopers) e integrando outras práticas físicas e terapêuticas. Por aqui, o Movimento Bambolê Brasil teve suas sementes lançadas em 2008 e ganhou forma, grupo e comunidade em 2011.

A natureza circular do bambolê incentiva o movimento ea liberdade de expressão. A característica rítmica da prática induz ao relaxamento, acalma a mente, traz a atenção para o corpo e para o momento presente. Os praticantes contemporâneos começam a perceber benefícios não só para o corpo mas também para mente e ocorre o resgate das referências ao Sagrado Círculo.

Bambolear ou dançar com o bambolê, assim como correr ou caminhar, é considerado uma forma de meditação em movimento. Tendo em vista esses benefícios, a associação com o Yoga já não é difícil de entender.

No Yoga Sutra de Patanjali, temos logo na segunda frase a definição do que é Yoga: “Yoga é o cessar das voltas do pensamento”. E o terceiro Sutra explica: “Quando o pensamento cessa, o espírito se manifesta em sua verdadeira identidade, como um observador do mundo”.

Todo praticante de “hooping” ou bambolista, tem essa experiência: quando giramos o bambolê, a mente deixa de girar. A atenção se volta para o corpo, para o sentir. Por isso, enquanto eu bamboleio eu estou praticando yoga.

Jocelyn Gordon, bailarina, terapeuta e yogini, após anos de pesquisa e trabalho dedicado, estruturou o programa HoopYogini: O bambolê é utilizado como representação do círculo em exercícios de visualizações que guiam as meditações e pranayamas, como símbolos de unidade, conexão e de variações cíclicas da natureza.

O Bambolê é usado nas mãos, em ásanas simples, para conduzir a percepção do centro e a consciência corporal. É usado na cintura, combinado a Kriyas e Pranayamas. A dança livre com o bambolê é incentivada e praticada como ferramenta de autoconhecimento, liberdade, aceitação, despertar da criatividade e inevitavelmente nos leva a desfrutar o momento presente e a sentir alegria.

pitila

PitilaHossmann é fundadora da Bambolê Arte e instrutora de Yoga, VayuAerial Yoga e HoopYogini.

Contato: pitila.yoga@gmail.com

www.bambolearte.com

 

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